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- Crítica | Longlegs (2024)
CRÍTICA SEM SPOILERS É difícil encontrar palavras para descrever a fascinante sensação de se deparar com um filme que inala e exala tudo aquilo que um bom fã de horror psicológico e atmosférico procura encontrar. Filmes slow burn , lamentavelmente chamados de "filmes soníferos" pelos espectadores mais imediatistas, são obras que estabelecem sua tensão emocional em um ritmo que cresce gradualmente. Em Longlegs trilhamos um caminho construído com esmero e minúcias, que inicialmente parece plano, mas que revela uma inclinação sutil em direção ao sobrenatural, a qual se torna mais evidente com o passar do tempo. Vale dizer que, embora esse tipo de filme já possua um nicho específico de fãs, trata-se sempre de um projeto arriscado financeiramente, que, de certa forma, vai na contramão de tudo que os longas de terror comerciais propõem, os quais, espantosamente, ainda rendem tantos frutos em termos de bilheteria e sucesso com o público em geral. Apostar em uma narrativa lenta, que se desenrola aos poucos, ao invés de sustos baratos e criaturas carregadas de efeitos especiais, é um trabalho árduo. Pois se o roteiro e a direção não compensarem o espectador no próprio trajeto e em seu ato final, a chance do filme se perder em esquecimento e falhar em sua missão de encontrar seu público é grande. E acredite, agradar esse tipo de espectador não é exatamente uma tarefa fácil. Dividida em três capítulos, a história se passa na década de 1990, onde uma investigadora do FBI chamada Lee Harker (Maika Monroe), que aparenta ter habilidades de percepção extrasensorial, é encarregada de investigar uma série de homicídios seguidos de suicídio em uma tranquila cidade do Oregon. Esses casos, onde pais tiram a vida de suas famílias antes de se suicidarem, deixam para trás cartas codificadas com símbolos satânicos, todas assinadas por um enigmático "Longlegs", cuja caligrafia não corresponde a nenhum membro das famílias envolvidas. Conforme Lee se aprofunda na investigação, ela encontra indícios inquietantes que a levam a um arriscado e obscuro trajeto ligado a rituais secretos. Antes de tudo, é importante conhecer um pouco sobre o homem por trás do filme. Não que o longa não se sustente como unidade fílmica sem a necessidade de um conhecimento prévio, longe disso. Mas para obter uma experiência ainda mais interessante, proveitosa e gratificante, é recomendado um pequeno e rápido mergulho em sua filmografia, afinal de contas o diretor é um dos poucos da atualidade que, pelo menos até o momento, se mantém fiel a uma estética visual rara e uma forma única criar medo presente em seus filmes, estes apoiados por um ritmo próprio que engrandece a imersão do espectador. Escrito e dirigido por Osgood Perkins, um dos mais promissores cineastas estadunidenses da última década, Longlegs é uma resultante da soma (e apuração) das temáticas, experiências e elementos narrativos presentes nos outros filmes do diretor. Desde que seu longa de estréia, o ótimo A Enviada do Mal (2015), nos mostrou sua identidade única e precisa com o uso de sombras e ambientes escuros, além de uma atmosfera inquietante, Oz (como também é conhecido) impressionou positivamente a crítica internacional e incitou a curiosidade dos fãs de horror com sua abordagem singular. No ano seguinte, o diretor se debruça de vez em uma história sobrenatural que se desenvolve de maneira extremamente lenta, mas que possui diversas cenas aflitivas que agarram nossa atenção, com o longa O Último Capítulo (2016), filmado inteiramente em uma única locação, uma casa deixada para Osgood por seu pai, Anthony Perkins, o íconico Norman Bates de Psicose (1960), conforme consta na abertura do filme. Após 4 anos, chega a vez do diretor se arriscar com a adaptação aterrorizante de um dos mais famosos contos de todos os tempos, Maria e João: O Conto das Bruxas (2020), que embora tenha tido uma recepção mista por parte da crítica devido a algumas escolhas de roteiro questionáveis, se consagrou visualmente com uma das mais atrativas e encantadoras fotografias de um filme de terror das últimas décadas. Finalmente, após outros longos 4 anos, Osgood Perkins reaproveita o que de mais vantajoso houve em suas obras anteriores, notando uma carência específica por filmes de investigação pautados em um tom sobrenatural e misterioso por trás. Deste cenário, nasce Longlegs . Pretensioso demais para alguns, o melhor terror do ano para outros, mas indiscutivelmente um dos longas mais aguardados de 2024. Desde o marketing inicial do filme, que acertadamente fez questão de esconder o rosto do antagonista interpretado por Nicolas Cage e nos presenteou com pequenas pílulas de teasers tensos e com mensagens codificadas (causando ansiedade no público), fomos impactados com toda a aclamação da crítica e um aspecto minimalista de horror e suspense, semelhante aos filmes de terror de distribuidoras como a A24, como Hereditário (2018) ou A Bruxa (2015). Felizmente, é possível dizer que, por mais que o filme de Perkins esteja mais para um thriller investigativo com elementos de horror, a estratégia de divulgação não poderia ter sido melhor para conectar o longa com um público que aprecia e consome obras com essa linguagem cinematográfica. No filme, de cara nos impactamos com a introversão e quase apatia da personagem principal vivida brilhantemente por Maika Monroe (queridinha do terror que caiu nas graças dos fãs do gênero desde Corrente do Mal , de 2014), aqui em um de seus papéis mais densos. Conforme vamos acompanhando a história, vemos que a protagnista vive sozinha, possui dificuldades de interagir socialmente e não parece nutrir uma relação muito próxima com sua mãe. Porém, de forma geral, muito poucas informações sobre Lee Harker são de fato fornecidas ao espectador, propositalmente. O curioso é que mesmo assim, devido à sua personalidade peculiar, às circunstâncias da investigação e aos acontecimentos traumáticos recentes envolvendo a agente durante um procedimento de rotina, nos vemos completamente motivados a torcer por Harker e seus objetivos, afinal de contas se tem algo que a personagem faz muito bem é ser cautelosa e tomar decisões plausíveis e inteligentes. Esse envolvimento instantâneo com a agente nos carrega desde o início, porém o que mais prende nosso interesse pela trama é justamente a direção de Perkins e, consequentemente, o tom atmosférico e tenso presente na obra. A trilha musical (composta pelo irmão do diretor, Elvis Perkins, sob o pseudônimo de Zilgi) e os enquadramentos, aliados aos elementos perturbadores da trama (visto as atrocidades e os crimes cometidos pelo misterioso serial killer) provocam um sentimento constante de desconforto no espectador, que se vê diante da investigação quase que como um segundo agente, auxiliando a protagonista, acompanhando as descobertas e tentando decifrar as pistas deixadas pelo assassino. O que o espectador sequer imagina, é que ao mesmo tempo, quem realmente está deixando significativas pistas é o diretor, estas praticamente impossíveis de captar durante uma única visita (leia-se assistida). E não, eu não estou falando sobre as meras aparições esporádicas de uma figura demoníaca na tela. Há algo de muito mais sombrio, requintado narrativamente e impactante sendo plantado desde os primeiros minutos de filme, mas que aqui deixo a cargo dos leitores mais curiosos buscarem em uma segunda ou até terceira sessão. Enquanto Maika Monroe nos oferece uma ótima interpretação contida e internalizada de sua personagem, com pequenos tiques e treijeitos, Nicolas Cage trabalha justamente no oposto. Aqui, o ator encontra, em uma de suas mais memoráveis performances, a oportunidade de falar cantando e gritando, gesticular de maneira estranha, utilizar de mensagens subliminares e causar repulsa através de suas ações como Longlegs. Sobram aplausos também para os coadjuvantes do longa, que aqui entregam belas atuações, principalmente Alicia Witt como a mãe de Harker, e a sempre ótima Kiernan Shipka, que volta a colaborar com o diretor depois de quase uma década e só precisa de uma cena de poucos minutos para brilhar. Todos os aspectos técnicos funcionam bem juntos, se m ofuscar o trabalho do elenco e a capacidade criativa do diretor. Pelo contrário. A fotografia de Andrés Arochi Tinajero e a montagem da obra auxiliam diretamente na sensação de incômodo do espectador, que sente como se estivesse vendo algo que não deveria. Ainda que se passe nos anos 90, a temperatura de cor e todo o design de produção transmitem a todo tempo um clima levemente setentista, o que de acordo com o desenrolar do enredo começa a fazer sentido, conforme a importância dos acontecimentos de 1974 tomam forma. Os planos longos e estáticos torturam os espectadores mais ansiosos diante de cenas de apreensão. No terror, menos é mais. E é triste saber que nem todos, ou melhor, a grande maioria dos realizadores e do próprio público parece desconhecer esse fato. Há uma cena, ainda na primeira metade de filme, em que Lee Harker se vê sozinha em sua casa, em ligação com sua mãe. Osgood Perkins utiliza uma de suas velhas e funcionas técnicas ao optar por enquadrar a personagem sentada diante de sua mesa com uma lente mais aberta, revelando ao fundo a cozinha de sua casa, escura. Neste momento, fica claro a intenção de fazer com que direcionemos nosso foco à cozinha, na expectativa de que algo ou alguém passe por trás da personagem, como muitos filmes de terror fariam. Pequeno spoiler: o diretor faz justamente o contrário. Nada acontece ali. Mas é exatamente o fato de brincar com as nossas expetatativas e nos deixar tensos, esperando pelo que pode acontecer, que mora uma das maiores qualidades da obra. Essa é uma das melhores definições de causar medo, terror. E inclusive, nessa mesma cena, exatamente por estarmos olhando onde a princípio não deveríamos, apenas a fim de anteciparmos um acontecimento ou uma aparição, o espectador pode acabar perdendo uma das únicas cenas em que a personagem principal sorri no filme. Isso parece besteira, não é? Porém não é sobre o sorriso. De certa forma, o diretor faz aqui, por meio de uma única cena, uma síntese sobre toda a trama de Longlegs : você, espectador, será manipulado para olhar para onde não deveria, perdendo os detalhes e as pistas deixadas para de fato ampliar o seu conhecimento sobre a história. É no roteiro do filme que reside, na opinião de muitos, as grandes fragilidades da obra. Principalmente devido à uma cena expositiva no terceiro ato. Essa cena, embora explique boa parte dos acontecimentos a fim de dar ao menos um gostinho de compreensão para o público (o que de início pode frustrar aqueles que preferem um final com livres interpretações), está na realidade distante de mastigar tudo para o espectador. De casinhas brancas até aniversariantes de dias 14, o roteiro propositalmente opta por deixar algumas pontas supostamente soltas, na verdade mascaradas, a fim de nos incitar a descobrir mais sobre o longa. Existe aqui inúmeras camadas camufladas para desvendar, que inclusive obriga que o filme seja assistido mais de uma vez para que o processo "investigativo", parafraseando o gênero da obra, seja completo. Perkins faz questão de exercitar nosso interesse em esmiuçar cada cena, e cada plano, em busca de qualquer elemento que nos dê mais informações sobre a história, assim como fez sabiamente o próprio marketing do filme com os materiais de divulgação. O novo filme de Osgood Perkins tece comentários finos a respeito de como somos moldados pelo ambiente em que vivemos, pelo nosso passado. Há muito aqui sobre as diferentes formas existentes do mal, como este pode surgir de qualquer lugar, e está a espreita em qualquer momento do dia. O roteiro abre espaço para nos questionarmos sobre nossos conflitos éticos, sobre tomar escolhas difíceis e carregá-las consigo pelo resto da vida. Existe, durante o ato final, até uma leve relação com o famoso problema hipotético do "dilema do trem". Mentiras têm pernas curtas. Verdades? Pernas longas. E a principal (porém não a única) verdade sobre Longlegs é que este se trata de um daqueles filmes que chegam até nós de décadas em décadas. Por sua abordagem diferenciada em relação a como constrói seu horror, e principalmente por não fazer seu espectador de bobo. Um longa que sabe temperar o seu climax para que não seja devorado de maneira apressada, previsível e repentina, mas sim degustado cadenciadamente, com direito a boas doses de agonia. Como se não bastasse, o diretor ainda nos presenteia com alguns sustos extremamente eficientes. Com um orçamento limitado de menos de 10 milhões de dólares, Oz Perkins faz muito com pouco. E não me refiro somente ao orçamento. Todas as cenas transmitem um mix de sensações e sentimentos, além de muito mais informações do que inicialmente parece. Longlegs é, sob todas as perspectivas, um ousado, original e satânico exercício sobre camadas sobrepostas, pistas ocultas, e temas investigativos envoltos em uma tensão atmosférica de primeira linha. Certamente um longa que promete envelhecer bem com o tempo. Para quem chegou até aqui, deixamos um CUPOM SECRETO para adquirir nossos produtos do filme LONGLEGS em nossa Horror Store! Use o Cupom " LONG13 " para adquirir 13% OFF e não perca essa oportunidade. Clique aqui e aproveite. NOTA DO CRÍTICO: ★★★★★ Título Original : Longlegs Data de Lançamento : 29/08/2024 (Brasil) Direção : Osgood Perkins Distribuição : Diamond Films Elenco : Maika Monroe como Lee Harker Nicolas Cage como Longlegs Blair Underwood como Agent Carter Alicia Witt como Ruth Harker Kiernan Shipka como Carrie Anne Camera Michelle Choi-Lee como Agent Browning Ava Kelders como Ruby Carter Carmel Amit como Anna Carter Dakota Daulby como Agent Fisk
- Crítica | Alien: Romulus (2024)
CRÍTICA SEM SPOILERS Após quatro décadas e meia desde que o clássico " Alien, O Oitavo Passageiro " (1979), de Ridley Scott, rompeu barreiras e pavimentou o caminho do horror na ficção científica, somos finalmente presenteados com uma continuação direta que faz questão de trazer frescor à esta série de filmes tão amada, porém tão fragilizada nos anos mais recentes. Após dirigir os dois últimos longas da franquia (os únicos deste século), Scott ainda assina a produção, mas enfim cede a direção de Alien: Romulus para o inventivo uruguaio Fede Alvarez, que aqui também é co-roteirista da obra, como de costume ao lado de seu conterrâneo Rodo Sayagues. Estamos em 2142, 20 anos desde a desastrosa expedição da nave Nostromo. Ambientada entre os acontecimentos do primeiro e do segundo filme da franquia, a história nos apresenta à colônia Jackson's Star, onde uma órfã chamada Rain Carradine (Cailee Spaeny) trabalha com seu irmão adotivo Andy (David Jonsson), que na verdade é um sintético (androide). Logo depois de descobrir que seu contrato foi estendido à força pela companhia Weyland-Yutani, ela decide se juntar ao seu ex-namorado Tyler (Archie Renaux) e sua pequena equipe em uma missão clandestina e arriscada para investigar uma nave espacial abandonada, no intuito de recuperar câmaras de criostase e fugirem do sistema de trabalho opressor e desumano o qual estão submissos, para finalmente viverem sua liberdade no planeta mais próximo, chamado Yvaga. Porém, o que eles não imaginam é que lá eles descobrirão uma forma de vida aterrorizante e sedenta, determinada a matá-los. De cara, o diretor mostra a que veio ao nos ambientar perfeitamente à colônia em que Rain, Andy, Tyler e os demais personagens vivem. Com ajuda do ótimo de design de produção, Alvarez nos coloca diante de um mundo repleto das tecnologias mais inimagináveis de um futuro não tão distante. O que se destaca aqui é o trabalho árduo e escravista, além da ausência do contato com o sol, algumas das razões pelas quais todos levam uma vida angustiante. Todo esse cenário é muito bem transmitido ao espectador mesmo que em poucos minutos, sem se alongar muito para que possamos logo embarcar na temível aventura proposta pela narrativa. Fede Alvarez já nos provou em outras oportunidades o seu exímio talento em criar tensão e medo, além de construir sabiamente o suspense, sem pressa de entregar o clímax de suas cenas. Ótimos exemplos são seus aclamados longas " A Morte do Demônio " (2013) e " O Homem nas Trevas " (2016), e principalmente aquela que considero sua maior obra, a ousada e revolucionária série " Calls " (2021), original da Apple TV+ . Desenvolvendo seus personagens de maneira crível e multidimensional, enquanto tece enredos inteligentes, o diretor demonstra que conhece muito bem os meios para nos transportar totalmente para suas histórias. Aqui, nada disso é diferente. Mais do que isso, em Alien: Romulus o diretor e roteirista constata de vez sua admirável capacidade de arquitetar protagonistas femininas fortes e convincentes, que carregam nosso interesse do início ao fim. Rain é simplesmente uma das maiores virtudes da obra. Parte disso se deve ao roteiro, que por sinal constrói uma linda e íntegra relação entre ela e seu irmão sintético Andy, e a outra parte se deve à formidável interpretação de Cailee Spaeny, indicada ao Globo de Ouro por " Priscilla " (2023). Concebida com todo o extremo carinho por Alvarez, Sayagues e Spaeny, a personagem transmite credibilidade em suas tomadas de decisão e na forma como sugere soluções perspicazes para os problemas enfrentados pela equipe, enquanto também não esconde seus receios e incertezas, fazendo de Rain uma heroína completa e facilmente identificável aos olhos do espectador. Andy é outro personagem que também conquista o público desde os primeiros momentos, com sua obsessão por trocadilhos enfadonhos e seu afeto por Rain, além de representar aqui o maior arco de personagem do filme, maior até que da própria Rain. O ator David Jonsson cumpre muito bem com esse papel, tanto em sua vertente mais sensível, quanto nos momentos em que se precisa se mostrar um sábio guia para a equipe. Ainda que o longa traga tudo aquilo que esperamos ver e um pouco mais, há muito a se comentar sobre o novo filme da franquia que não o belo trabalho envolvendo a caracterização dos xenomorfos com efeitos práticos, ou mesmo a viciante adrenalina que corre junto com os personagens pelos corredores da nave abandonada. Embora estejamos falando de um filme de terror espacial sobre criaturas alienígenas e todo o "desconhecido" que envolve esses temas, o que há de mais interessante aqui, curiosamente, é justamente o fator humano (aquilo que é, ou deveria ser, o mais próximo de nós). E é neste tema que o roteiro e a direção se debruçam para esmiuçar, nos provocar reflexões e até nos emocionar. Este foco em o que nos faz humanos, sejam estes imperfeitos e feitos de carne humana ou não, torna toda a experiência muito mais rica. O roteiro explora com sabedoria este tema, flertando muitas vezes até com alguns clichês do gênero, mas sabendo como inová-lo diante do horror vivido pelos personagens. Desde o instinto de se rebelar contra o sistema para buscar uma condição de vida digna, até o simples fato de se importarem uns com os outros acima de tudo, mas não tanto com os androides (estes de certa forma mais humanos do que muitos). Há diversos exercícios de roteiro fascinantes a respeito do conceito de humanidade existente em cada um dos personagens, e também toda a hipocrisia implícita em suas ações. Nesses momentos, a narrativa não está preocupada em apontar dedos ou vilanizar qualquer um dos membros da equipe, e sim humanizá-los com defeitos e qualidades, diante da realidade vivida por cada um. É preciso enfatizar o trabalho aflitivo e quase perturbador realizado pelo experiente compositor Benjamin Wallfisch, que aqui faz questão de reverenciar a trilha musical do clássico de 1979, mas sem se tornar refém dela, trazendo um interessante tom de horror e espanto por trás do inexplorado. As faixas apreensivas nos causam desconforto e nos deixam na ponta da cadeira, ao mesmo tempo em que as faixas mais calmas e emocionais nos impedem de desviar os olhos (e os ouvidos) sequer por um segundo, nos mantendo completamente imersos diante do que vemos e ouvimos. Fede Alvarez definitivamente coleciona mais um grande acerto para sua respeitável carreira, além de mais uma sequência bem sucedida de um clássico de horror, visto que sua estreia na direção de um longa também se tratou de uma, há onze anos atrás. Só podemos nos manter ansiosos para conferir futuros trabalhos deste estimado diretor e roteirista que vem nos oferecendo ótimas surpresas, e que ficara sem lançar um novo longa de sua autoria por seis anos. Resta-nos esperar, para o nosso bem, que o próximo filme de Alvarez não demore tanto tempo para ser lançado. Tecnicamente impecável, do interessantíssimo jogo de luzes espaciais da fotografia até a precisa e inquietante montagem das cenas, Alien: Romulus se faz um dos melhores lançamentos de 2024, e facilmente um dos mais completos e atmosféricos filmes de horror espacial dos últimos anos. Uma ótima pedida aos fãs de ficção científica que há tempos não sentiam medo e tensão diante das telonas. Que seja este o sopro de vitalidade que a famosa franquia precisava desde o lançamento do excelente jogo eletrônico " Alien: Isolation " (2014). NOTA DO CRÍTICO: ★★★★☆ Título Original : Alien: Romulus Data de Lançamento : 15/08/2024 (Brasil) Direção : Fede Alvarez Distribuição : Walt Disney Studios Elenco : Cailee Spaeny como Rain Isabela Merced como Kay David Jonsson como Andy Archie Renaux como Tyler Spike Fearn como Bjorn Aileen Wu como Navarro
- Crítica | Armadilha (2024)
CRÍTICA SEM SPOILERS É sempre interessante perceber que ainda há o que acrescentar de novo ao extenso universo dos serial killers. O recente slasher In a Violent Nature (2024) provou isso ao trabalhar sua ótica através da perspectiva do próprio assassino. Agora é a vez de um dos realizadores mais controversos dos últimos tempos, também conhecido como o "pai dos plot twists ", mostrar que essa mesma perspectiva também pode ser explorada dentro de um dinâmico suspense envolto em um planejado jogo de gato e rato. No novo filme escrito e dirigido por M. Night Shyamalan, que, como sempre, se passa na Filadélfia, acompanhamos o bombeiro Cooper (Josh Hartnett) levando sua filha adolescente Riley (Ariel Donoghue) para um show de uma famosa artista pop chamada Lady Raven (Saleka), por quem Riley é aficionada. Ao notar que centenas de políciais das mais diversas unidades se fazem presente em todo o entorno do imenso estádio, Cooper começa a se preocupar. Em pouco tempo, ele descobre, com um vendedor chamado Jamie (Jonathan Langdon), que uma armadilha foi elaborada por uma criadora de perfis do FBI chamada Dra. Josephine Grant (Hayley Mills) para capturar um perigoso serial killer conhecido como "O Açougueiro". Deste ponto em diante, tudo deixa de ser um agradável momento entre pai e filha para dar lugar a uma busca incessante pela liberdade. Shyamalan, que este ano já havia produzido o longa de estréia de sua filha Ishana na direção, Os Observadores (2024), se mostra sem dúvidas digno do título de pai do ano ao elaborar um thriller divertido e carregado de bom humor que se passa em um show apresentado por sua outra filha, Saleka, que por sua vez já esbanjava talento com suas músicas temas de outros trabalhos de seu pai, incluindo a série " Servant " (2019-2023), original da AppleTV+. Não satisfeito em simplesmente ajudar a divulgar o trabalho de suas descendentes (nos bastidores ou nos palcos), o diretor ainda se propõe a aumentar sua filmografia assinando o roteiro e a direção de um longa calcado em inúmeras conveniências de roteiro que prometem dividir o público. Algo evidente em Armadilha desde os materiais de divulgação do filme, é que Cooper se trata do assassino. Isso não é um spoiler, uma vez que o roteiro deixa isso claro desde os primeiros minutos do filme. É necessário falar sobre isso para que possamos compreender os objetivos e a abordagem da narrativa perante essa ótica do próprio protagonista (o serial killer). Este é um daqueles filmes que demandam que o espectador esteja preparado antes de se colocar diante das telas. Neste caso, o público deve estar munido de duas ferramentas essenciais para que o mesmo possa tirar proveito de tudo que é proposto aqui. A primeira delas é a completa e total suspensão da descrença. Ainda que o filme não apele para a influência do sobrenatural e até pareça ser pé no chão por conta de sua temática, é importante não supervalorizar a importância da lógica aqui, afinal o próprio longa não se leva a sério e contém diversos alívios cômicos interessantes que deixam isso claro. Como o próprio pôster do filme faz questão de evidenciar, não se trata de um convencional filme de suspense, e sim de uma "experiência". A segunda ferramenta, é a noção de que o diretor parece ter felizmente abandonado sua obsessão pelos plot twists. Desde seu longa anterior, vimos que a expectativa errada pode frustrar parte do público que anseia por uma reviravolta surpreendente no final. É importante não nos tornarmos reféns dessa expectativa e sabermos encarar a obra pelo que ela é, e não pelo histórico do diretor. A força do filme, pelo menos nos dois primeiros atos, se constrói partindo das tentativas de Cooper em bolar um plano para escapar do estádio e não ser pego pelos policiais, enquanto tenta parecer um dedicado pai preocupado com o bem estar de sua filha, sem deixar transparecer seu nervosismo. Tudo isso é regado a diversas músicas dançantes da cantora Lady Raven em sua apresentação ao vivo. Inclusive, é aqui que reside outro grande trunfo da obra de Shyamalan: o fato de se aproveitar do sucesso do recente documentário musical "The Eras Tour", de Taylor Swift (diva pop com o qual o diretor tece vários paralelos com Lady Raven, envolvendo o fascínio do público) para trazer um curioso e ousado experimento, misturando elementos de um filme de suspense com um show musical, fazendo deste um dos longas que mais se destoa de toda sua filmografia. Shyamalan demonstra grande segurança na direção de seu longa, com uma boa dosagem dos momentos de apreensão de Cooper com cenas de Riley e do público se divertindo ao som de Lady Raven. Os movimentos de câmera e toda a condução do diretor nos colocam completamente dentro do show e de todos os acontecimentos, enquanto nos sentimos na pele do assassino, e o medo de ser descoberto. Seria exagero dizer que torcemos para que Cooper consiga escapar, afinal de contas ele é responsável por assassinar brutalmente diversas vítimas, mas a interpretação singular e expressiva de Josh Hartnett nos transporta com facilidade para as intenções de seu sagaz personagem. O diretor aqui não está preocupado em mostrar as atrocidades cometidas por um serial killer. Isso tudo já conhecemos bem, afinal a mídia e todos os slashers já cumprem com esse papel. O interesse de Shyamalan está exatamente em nos fazer acompanhar os possíveis momentos finais de liberdade de um assassino calculista que internaliza suas emoções e que se vê submisso aos seus instintos de sobrevivência. O maior problema da obra está em sua metade final, que acaba por não aproveitar o ritmo inquietante que construiu tão bem durante a primeira hora de filme. Aqui, o diretor parte para uma transição temporária de protagonismo que por um lado colhe alguns bons frutos ao nos mostrar o potencial de Saleka como atriz, visto que Lady Raven ganha relevância para o enredo, mas que por outro lado representa uma considerável quebra no envolvimento do público. Além disso, algumas decisões repetitivas da trama tornam o roteiro previsível, até mesmo o seu final. Tentando se alongar mais do que deveria, Armadilha nos decepciona exatamente por ter entregue uma introdução envolvente e um desenvolvimento competente, mas não sabendo como concluir sua história que até então se mostrava repleta de possibilidades. Shyamalan mostra que ainda sabe como atrair e agarrar o interesse do espectador do início ao fim (ou próximo dele), mesmo diante de uma premissa improvável e totalmente original, mas ainda se demonstra distante da genialidade dos roteiros que outrora o fizeram ser reverenciado. De toda forma, sua nova obra se mostra um entretenimento cativante na maior parte do tempo e não deve ter grandes dificuldades de encontrar seu público. NOTA DO CRÍTICO: ★★★☆☆ Título Original : Trap Data de Lançamento : 08/08/2024 (Brasil) Direção : M. Night Shyamalan Distribuição : Warner Bros. Pictures Brasil Elenco : Josh Hartnett como Cooper Ariel Donoghue como Riley Saleka Night Shyamalan como Lady Raven Alison Pill como Rachel Hayley Mills como Dra. Josephine Grant Jonathan Langdon como Jamie
- Crítica | O Exorcismo (2024)
CRÍTICA SEM SPOILERS A obra de terror mais assustadora é a própria vida real. De certa forma, o novo filme do gênero estrelado por Russell Crowe tenta partir desse conceito base para desenvolver uma história de reaproximação entre pai e filha, que lutam contra seus traumas enquanto participam da gravação de um filme de terror. O que poderia vir a ser um drama psicológico com elementos de horror carregado de metáforas narrativas simplesmente não encontra seu rumo diante de um roteiro intrincado, entediante e pouquíssimo original. Com um passado obscuro envolvendo o uso de drogas após a perda de sua esposa, o ator Anthony Miller (Russell Crowe) está determinado a se manter sóbrio, retomar sua carreira e reestabelecer sua conexão com sua filha Lee (Ryan Simpkins). Após a morte misteriosa de um ator em um estúdio, Tony é chamado para assumir o papel num filme de terror. Aos poucos, ele começa a demonstrar um comportamento anormal e preocupante, o que faz todos suspeitarem de uma recaída. Porém, algo muito mais sinistro parece estar por trás dessas mudanças. Conforme os eventos no set de filmagem tornam-se cada vez mais perturbadores, Lee começa a desconfiar que seu pai esteja sob a influência de alguma entidade sobrenatural. É inegável que Russel Crowe parece estar nutrindo uma significativa admiração por papéis de padres exorcistas recentemente, uma vez que no ano passado tivemos o lançamento do longa O Exorcista do Papa (2023), o que inclusive, inicialmente, causou dúvidas no público a respeito de O Exorcismo se tratar de uma possível sequência, o que não é o caso. A sequência do filme de 2023 está sim para ser produzida, mas o filme lançado este mês nos cinemas nacionais é uma história completamente diferente sem nenhuma relação com o papel anterior de Crowe. Antes tivesse alguma relação. Embora O Exorcista do Papa (2023) tenha tido um desempenho morno entre os fãs do gênero, o papel anterior de Crowe como Gabriel Amorth ainda nos rendeu alguns bons momentos, diferentemente do novo filme dirigido por Joshua John Miller. Não há basicamente uma sequência de cenas em que podemos nos considerar positivamente surpresos ou sequer satisfeitos. Se em certo momento começamos a criar algum carinho pelos personagens e pela situação enfrentada por eles, em pouco tempo uma decisão de enredo equivocada faz questão de afastar o envolvimento do espectador com a história. O primeiro grande lançamento do semestre sobre exorcismo falha em suas duas tarefas principais. Sem conseguir conduzir o suspense que antecede as cenas de horror, e sem se aprofundar nos traumas pessoais de Tony e Lee, o roteiro da obra faz com que os próprios atores se mostrem limitados com o material que possuem em mãos. Nada parece funcionar de maneira orquestrada, tudo aqui parece deslocado. O mais impressionante é que, de alguma forma, os responsáveis por este desastroso roteiro foram o próprio diretor e seu parceiro M. A. Fortin, os mesmos roteiristas por trás do criativo e ousado Terror nos Bastidores (2015). É muito triste quando a insuficiência de um roteiro influencia negativamente todos os aspectos técnicos de um filme, que mesmo com esforços não conseguem reverter tal cenário lamentável. Joshua John Miller não nos apresenta segurança em sua direção, optando por enquadramentos nada favoráveis quando o assunto é a reação de outros personagens diante de determinada situação impactante. A montagem de O Exorcismo, por sua vez, se comprova confusa na maior parte do tempo, incapaz de unir decentemente os acontecimentos e as cenas de um problemático e indefinido texto. Desde poucos minutos de longa até os momentos finais, o medo dá lugar para o tédio frente a jump scares previsíveis e cenas preguiçosas que deveriam causar tensão, mas que apenas decepcionam pela ausência de verossimilhança dos eventos. Não é difícil se revoltar com as decisões dos personagens na grande maioria das cenas, visto que, embora inicialmente apresentado como algo relevante e necessário para o desenvolvimento da trama, o passado e as dores dos personagens (principalmente de Lee) parecem ser simplesmente deixados de lado em prol das conveniências do roteiro. A atuação de Ryan Simpkins não convence e nem mesmo a interpretação contida de Russell Crowe salva a falta de interesse do espectador. Mais parecendo um longo e penoso trailer, com imagens conectadas aleatoriamente e sem um própósito compensador, O Exorcismo testa a paciência de seu público com um andamento duvidoso que não favorece nem o horror e nem o raso drama de sua história. No fim das contas, após angustiantes 93 minutos que aparentam ser pelo menos 120, quem mais implora por um exorcismo é o próprio espectador. NOTA DO CRÍTICO: ★☆☆☆☆ Título Original: The Exorcism Data de Lançamento: 01/08/2024 (Brasil) Direção: Joshua John Miller Distribuição: Imagem Filmes Elenco: Russell Crowe como Anthony Miller Ryan Simpkins como Lee Miller Sam Worthington como Joe Chloe Bailey como Blake Holloway Adam Goldberg como Peter Adrian Pasdar como Tom David Hyde Pierce como Father Conor Tracey Bonner as Regina
- Crítica | MaXXXine (2024)
CRÍTICA SEM SPOILERS Há quase exatos 2 anos atrás, pudemos presenciar o renascimento do slasher em sua melhor forma, com um longa ousado e subversivo chamado X: A Marca da Morte (2022). Descobrimos em pouco tempo que o longa faria parte de uma trilogia de horror orquestrada pelo diretor, roteirista e editor Ti West, um nome até então já queridinho do gênero. Lançada no mesmo ano, a prequel Pearl (2022) nos trouxe um pouco mais sobre o passado da antagonista de X, desenvolvido como um terror psicológico com elementos de drama e slasher. Se coragem e criatividade foram o que não faltou nos dois primeiros longas da trilogia, em MaXXXine vemos parte da capacidade criativa de Ti West dar lugar a homenagens, contextualização e uma trama principal tímida, com objetivos distantes do que nos foi apresentado nos dois filmes anteriores, mas que de uma forma ou de outra encontra seu lugar dentro do subgênero de thriller investigativo. Seis anos após o massacre na fazenda de Pearl e Howard, no Texas, a única sobrevivente, Maxine (Mia Goth), está determinada a deixar seu passado sombrio para trás enquanto persegue sua carreira de atriz em Hollywood. Tentando fugir da sua fama de atriz pornô, ela buscar uma oportunidade de estrelar um papel promissor no cinema independente, onde consegue uma vaga em uma sequência de um terror de baixo orçamento. Entretanto, ela percebe que traumas não se cicatrizam tão facilmente quando começa a ser ameaçada por John Labat (Kevin Bacon), um detetive particular disposto a expor a verdade sobre os acontecimentos de 1979. Enquanto isso, uma onda de assassinatos brutais preocupam a cidade de Los Angeles, que se vê refém de um serial killer conhecido como Night Stalker. O longa abre com uma reflexiva e realista frase de Bette Davis, afirmando que no ramo artístico, uma mulher só pode ser reconhecida como uma estrela, se antes for reconhecida como um monstro. É partindo deste ponto que Ti West irá desenvolver todo o seu roteiro, sem abdicar do olhar satírico e ao mesmo tempo desafiador com o qual construiu sua fama. A trama do filme brinca não somente com o que o espectador espera ver, como também com o que ele quer ver. O diretor demonstra que ainda tem talento de sobra ao assumir que, embora entregue algumas cenas surpreendentemente chocantes e que cumprem com o que os fãs dos filmes anteriores buscam reencontrar, ainda tem pulso firme para dizer que seu novo longa possui uma proposta completamente diferente. Esse jogo de expectativas e surpresas, acaba sendo o grande vilão e ao mesmo tempo o herói do filme de West. Capaz de frustrar fortemente alguns dos fãs mais ferrenhos do slasher, amantes de todo o frenesi apresentado nos dois filmes anteriores, MaXXXine deixa um gosto agridoce na boca ao optar por um outro ritmo de narrativa, mais lento e examinador. As escolhas dos eventos que ocorrem na trama prometem dividir consideravelmente o público, afetando a experiência principalmente dos espectadores ansiosos em acompanhar a produção do filme independente e os bastidores do que viria a ser primeiro papel de Maxine para o cinema. O foco do enredo se direciona, na verdade, à resolução dos conflitos externos envolvendo o passado e o presente da personagem. É possível encarar todo o passado traumático de Maxine Minx e sua busca em se livrar das ameaças de Labat como o conflito interno da personagem tentando lidar com suas raízes puritanas, reconhecendo seu crescimento pessoal e a desvinculação com seus dogmas religiosos. Podem também refletir os leões que toda atriz precisa matar, e os perrengues que precisa passar para se tornar uma estrela. Ao tentar enxergar o longa com tais olhos, é mais fácil identificar as qualidades da obra. O problema é que, ainda assim, o filme não se esquiva de seus pecados narrativos. Ainda que com duas ou três cenas em que manifesta sua personalidade explosiva e bad ass, a qual nos apaixonamos em X: A Marca da Morte (2022), aqui nos impressionamos com a enorme passividade expressada por Maxine Minx diante dos momentos chaves da história. Nem mesmo os esforços da ótima Mia Goth parecem ser o suficiente. Independentemente da atriz transmitir bem toda a determinação e a ambição de sua personagem (essencialmente na primeira meia hora de tela), a quantidade excessiva de atores coadjuvantes e subtramas carregadas de referências e tributos do diretor ao cinema investigativo de Brian de Palma durante os anos 80 não permitem que Mia Goth brilhe como nos dois filmes anteriores, e acabam por desperdiçar o potencial do filme em oferecer algo de novo e substancial à trilogia. Por mais difícil que seja discorrer sobre isso sem entregar detalhes sobre a trama, uma das escolhas mais decepcionantes aqui é a forma como o roteiro torna os assassinatos e o próprio assassino em série Night Stalker subaproveitados em toda a história, embora o trailer e o próprio início do longa possam dar a entender o contrário. Há muito mais tempo de tela envolvendo uma dupla de detetives que busca entender a relação próxima de Maxine com algumas das possíveis vítimas do serial killer, do que todo o contexto real envolvendo o pânico das ruas devido aos diversos assassinatos cometidos por Night Stalker durante aquela época. O próprio puritanismo e a revolta dos cidadãos com tudo que é relacionado à pornografia e à liberdade sexual da época acabam não sendo tão bem trabalhados quanto mereciam. De forma geral, o ideal é encararmos a trilogia de Ti West separadamente, evitando comparações entre os três filmes. Há sim uma relação direta entre as histórias, mas são projetos diferentes com diferentes objetivos e linguagens. O último longa dessa popular trilogia de horror pode não ter o mesmo nível de impacto de seus antecessores, mas consegue resolver pendências deixadas desde o primeiro filme e propor uma interessante jornada em busca da sobrevivência em Hollywood e da oportunidade de se tornar uma estrela, sendo um monstro aos olhos do público, ou deixando de ser. Para quem chegou até aqui, deixamos um CUPOM SECRETO para adquirir nossos produtos do filme MaXXXine em nossa Horror Store! Use o Cupom "MAX13" para adquirir 13% OFF e não perca essa oportunidade. Clique aqui e aproveite. NOTA DO CRÍTICO: ★★★☆☆ Título Original: MaXXXine Data de Lançamento: 11/07/2024 (Brasil) Direção: Ti West Distribuição: Universal Pictures Brasil Elenco: Mia Goth como Maxine Minx Elizabeth Debicky como Elizabeth Bender Kevin Bacon como John Labat Giancarlo Esposito como Teddy Night Michelle Monaghan como Detective Williams Bobby Cannavale como Detective Torres Moses Sumney como Leon Lily Collins como Molly Bennett
- Crítica | Entrevista com o Demônio (2024)
CRÍTICA SEM SPOILERS Um dos longas de horror mais aguardados do ano finalmente chega aos cinemas brasileiros, e, com ele, a expectativa do público de que o filme seja realmente assustador. Entretanto, é importante estar ciente desde já de que este não é um filme direcionado aos amantes do terror convencional, carregado de jump scares e/ou cenas aterrorizantes. Na verdade, Entrevista com o Demônio está muito mais para um suspense com elementos de falso documentário e found footage capaz de desenvolver tensão e uma sensação angustiante de que algo muito ruim está para acontecer. E nessa missão o filme acerta em cheio. A história do longa centra-se em Jack Delroy (David Dastmalchian), um apresentador de um talk show dos anos 70 chamado "Night Owls" (Corujas Noturnas), que após uma longa pausa/afastamento devido ao falecimento de sua esposa, luta para recuperar a audiência do seu programa. Prestes a ter seu programa cancelado pela emissora, Jack coloca suas últimas cartas na mesa prometendo um programa inesquecível para o especial de Halloween de 1977. O que Jack, o público e nem mesmo seus convidados imaginam, é que a noite está para se transformar em um desastre repleto de eventos sinistros, colocando em risco a vida de todos ali presentes. Com uma premissa extremamente inventiva, capaz de fazer diversos espectadores se questionarem a respeito da veracidade da história contada (por sinal, totalmente ficcional), o filme introduz, em seus minutos iniciais, um contexto geral sobre os talk shows da época e acontecimentos sobre a vida de Jack Delroy. Essa introdução pode dividir e cansar parte do público por expor muitas informações de maneira didática até demais, porém se faz necessário para que tenhamos conhecimento de tudo que está por trás daquele fatídico dia. Sem pressa de nos chocar ou de criar medo, o filme apresenta brevemente alguns dos convidados e a equipe do programa (e suas funções), preparando o terreno para o que está por vir. Mas é a partir da entrada da parapsicóloga June Ross-Mitchell (Laura Gordon) e de Lilly D'Abo (Ingrid Torelli), uma adolescente que foi a única sobrevivente de um suicídio coletivo em uma igreja satânica (tema do livro recente de Mitchell), que as coisas começam a realmente esquentar e tomar proporções inimagináveis. O roteiro (premiado no festival de SITGES) da dupla de diretores australianos explora sabiamente o debate entre o que é real e o que é falso, apoiando-se no ceticismo e nos questionamentos de Carmichael Haig (Ian Bliss), um ex-mágico que agora se dedica em desmascarar charlatões. A partir da incerteza se aquelas ocorrências são planejadas ou não, a obra nos convida a analisar atentamente cada detalhe, e é exatamente isso que, surpreendentemente, nos deixa sucetíveis às eventualidades da trama, desenvolvendo aos poucos uma atmosfera sufocante que nos deixa na ponta da cadeira, ansiosos para saber o que irá acontecer. Mesmo durante os intervalos do programa, o espectador não é poupado das sucessivas calamidades que rondam aquele quadro deplorável da busca por audiencia a todo custo, pois o filme inclui diversos takes de bastidores (em preto e branco) que intensificam os nervos da equipe e do espectador progressivamente. Outro grande acerto da obra, é fazer com que nos importemos com aqueles personagens. Mesmo com um curto tempo de tela, todos são bem desenvolvidos e interpretados pelo sagaz elenco, que individualmente e coletivamente cumpre seu papel com primor. Destacam-se aqui Dastmalchian, que através de seu semblante indagativo e seu olhar enigmático nos envolve nas perplexidades de Delroy, e também Ingrid Torelli, uma das revelações do ano, nos oferecendo uma atuação magnética e cheia de camadas, interpretando sublimemente dois personagens distintos: uma jovem bem-humorada e por vezes até misteriosa, e um demônio cruel, ardiloso e provocador. Toda a direção de arte e principalmente a premiada fotografia de Entrevista com o Demônio nos transportam imediatamente para o período setentista sem dificuldades, o que auxilia na imersão do espectador. Os irmãos Colin e Cameron Cairnes demonstram aqui uma aula de direção que não poderia vir em melhor momento para o cinema de horror. Ouso dizer que poucas vezes uma possessão demoníaca (e toda dubiedade envolta neste tema) foi tão bem conduzida em cena. Além de um controle absoluto das cenas e de toda a apreensão que antecede o clímax do filme, os diretores sabem exatamente para onde encaminhar o espectador, conduzindo nosso interesse e nossas expectativas com perfeição. Ainda que distantes do sensacionalismo dos programas de televisão dos anos 70, estaríamos hoje de fato preocupados com o bem-estar dos convidados e do público? Embora chocante à primeira vista, até onde pode ir nossa busca por audiência diante de situações desconfortáveis, inflamadas e até mesmo trágicas? O longa se dispõe a questionar tais pontos como segundo plano, enquanto nos leva por curvas tortuosas de pânico e desespero. Definitivamente uma obra memorável que merece ser conferida em uma sala de cinema, afastada de quaisquer distrações tecnológicas, e se possível mais de uma vez. Ideal para quem busca por produções com uma história original e diferente de tudo que já vimos, este é um daqueles filmes que estarão facilmente entre os melhores do ano, visto que realiza com excelência aquilo que se propõe a realizar. Mais um belo exemplo de como é possível e imensamente atrativo fazer muito com pouco, afinal com um material brilhante em mãos, meia dúzia de atores competentes e um único cenário são o suficiente para prender nossa atenção do início ao fim. NOTA DO CRÍTICO: ★★★★☆ Título Original: Late Night With The Devil Data de Lançamento: 04/07/2024 (Brasil) Direção: Colin Cairnes e Cameron Cairnes Distribuição: Diamond Films Elenco: David Dastmalchian como Jack Delroy Ingrid Torelli como Lilly D'Abo Laura Gordon como June Ross-Mitchell Ian Bliss como Carmichael Haig Rhys Auteri como Gus McConnell Georgina Haig como Madeleine Piper Fayssal Bazzi como Christou Josh Quong Tart como Leo Fiske
- Michael Chernus se Junta ao Elenco de 'Devil in Disguise' da Peacock como John Wayne Gacy
Em uma nova adição emocionante ao catálogo de crimes reais da Peacock, o ator Michael Chernus foi escalado para o papel arrepiante do infame serial killer John Wayne Gacy na próxima série "Devil in Disguise". Esta série altamente antecipada mergulha fundo na vida e nos crimes de um dos assassinos mais notórios da América. Conhecido por sua versatilidade em papéis que vão da comédia ao drama intenso, Chernus traz uma presença convincente à tela. Sua interpretação de Gacy promete adicionar uma camada assustadora à narrativa aterrorizante do assassino que chocou a nação com seus atos hediondos na década de 1970. "Devil in Disguise" busca explorar não apenas os crimes de Gacy, mas também os fatores psicológicos e sociais que contribuíram para sua terrível série de assassinatos. A série combinará reconstituições dramáticas com imagens e entrevistas reais, proporcionando uma visão abrangente da vida de um homem que escondia sua natureza monstruosa atrás de uma fachada de normalidade. Os criadores do programa enfatizaram seu compromisso em respeitar as vítimas e suas famílias, garantindo que a série seja tanto informativa quanto sensível ao impacto dos crimes de Gacy. A escolha de Michael Chernus gerou um grande burburinho, com fãs e críticos ansiosos para ver como ele lidará com um personagem tão complexo e perturbador. Conhecido por seus papéis em "Orange is the New Black" e "Tommy", espera-se que a atuação de Chernus seja um destaque em uma série profundamente comovente. Conforme "Devil in Disguise" se prepara para estrear, os espectadores podem esperar uma jornada arrepiante na mente de John Wayne Gacy, revelando as verdades aterrorizantes por trás de seu sorriso desarmante. Fique atento para mais atualizações sobre a data de lançamento e entrevistas exclusivas com o elenco e os criadores.
- Crítica | Os Observadores (2024)
CRÍTICA SEM SPOILERS O novo filme de terror sobrenatural, Os Observadores, marca a estreia de Ishana Shyamalan, filha de M. Night Shyamalan (que assina a produção), na direção de um longa-metragem. A estreante, que já havia dirigido diversos episódios da brilhante série "Servant" (2019-2023), original da AppleTV+, agora assume todo o controle criativo de um roteiro ambicioso de sua autoria. Baseado no livro homônimo de A.M. Shine, o filme tem como centro a jornada de Mina (Dakota Fanning), uma imigrante americana que trabalha em um pet shop em Galway, Irlanda, e luta para aceitar a morte de sua mãe que ocorreu há 15 anos. Com a tarefa de entregar um papagaio valioso a um zoológico em Belfast, Mina se perde no meio de uma floresta enorme e assustadora. Lá, ela irá embarcar em uma aventura frenética por sua sobrevivência junto a três estranhos em um abrigo vigiado por criaturas aterorrizantes e perigosas. Ao contrário do que o trailer e todo o material de divulgação do filme possa sugerir, explorar o medo do desconhecido não é o maior objetivo da diretora aqui, pelo menos não de maneira profunda ou duradoura, o que pode frustrar a experiência de espectadores desavisados. A trama centra-se principalmente no relacionamento de Mina com os demais residentes do abrigo e sua frequente busca em compreender as criaturas que os rodeiam e encontrar uma maneira escapar daquela floresta com vida. Trabalhando uma ambientação fantasiosa e quase gótica, o roteiro desenvolve minimamente seus personagens secundários enquanto flerta com o thriller psicológico em diversos momentos, apostando em um ritmo que nos deixa apreensivos e desconfortáveis o tempo todo, assim como os personagens. A atmosfera de tensão se constrói de maneira gradativa e é facilmente absorvida pelo espectador, assim como a floresta ganha força e se torna quase um personagem naquele meio vasto e repressivo, refletindo o estado de espírito de Mina. O filme ainda propõe reflexões a respeito de temas como metamorfose e voyeurismo, além de questões como até onde somos capazes ou mesmo estamos dispostos a ir para sobreviver, vencer os obstáculos e enxergar sentido para nossas vidas? Estaríamos todos nos moldando diariamente para adentrar um arquétipo de vida comum que só nos mantém insatisfeitos? É possivel esmiuçar detalhes e buscar por inúmeras perguntas levantadas pelas metáforas visuais de Os Observadores. Porém, é exatamente na tentativa de conciliar tantos temas e tópicos diante de um tempo de tela tão limitado (102 minutos) e de um andamento frenético que reside a maior ineficiência do filme de Ishana. Não há espaço para vasculhar os traumas, as dores e o luto da protagonista. Nem mesmo se debruçar na mitologia envolvendo as criaturas e nas subtramas dos personagens secundários que nos são introduzidas e abordadas às pressas. Querendo falar sobre muita coisa em pouco tempo, a obra acaba desperdiçando o imenso potencial de sua premissa. A direção do longa também nos decepciona devido ao abuso de exposição, sem controlar comedidamente o que mostra e o que opta por insinuar ao espectador. Nesse aspecto, quem se sai impecavelmente bem é a sugestiva trilha musical do sempre ótimo compositor Abel Korzeniowski, capaz de dar o tom de apreensão e mistério acompanhado de violinos melancólicos em belíssimas músicas que casam perfeitamente com o clima sombrio da direção. Após dois atos repletos de qualidades e imperfeições, é tempo o suficiente para percebermos que não estamos nem de longe diante de um dos papéis mais marcantes de Fanning, muito menos da coadjuvante Georgina Campbell, que nos surpreendeu positivamente no ótimo Noites Brutais (2022). Ainda assim, é interessante notar às vésperas do ato final, que a diretora honra a fama de seu pai nos presenteando com um plot twist (infelizmente não tão imprevisível assim) logo em seu primeiro longa-metragem. Para uma estréia de uma diretora e roteirista, Os Observadores é suficientemente atrativo. Uma obra que não alcança todo o seu potencial, mas que cumpre com seu papel no entretenimento de horror, oferecendo alguns sustos e seres apavorantes, além de permitir análises profundas de suas subcamadas existenciais aos espectadores que apreciam a arte de buscar por algo a mais, mesmo que possivelmente em vão. NOTA DO CRÍTICO: ★★★☆☆ Título Original: The Watchers Data de Lançamento: 06/06/2024 (Brasil) Direção: Ishana Night Shyamalan Distribuição: Warner Bros. Pictures Elenco: Dakota Fanning como Mina Georgina Campbell como Ciara Olwen Fouéré como Madeline Oliver Finnegan como Daniel Alistair Brammer como John John Lynch como O Professor
- In A Violent Nature, de Chris Nash,traz nova pespectiva para o gênero Slasher.
O filme de terror "In A Violent Nature" traz um ponto de vista inovador para o gênero slasher, ao focar na visão do assassino. Dirigido por Chris Nash, o longa desafia as convenções estabelecidas, oferecendo uma abordagem que surpreendeu tanto críticos quanto o público. Historicamente, narrativas envolvendo serial killers foram exploradas de diversas formas. O gênero investigativo tem exemplos marcantes, como a serie de televisão Dahmer e o filme A irresistível face do mal que narra a historia de Ted Bundy. No entanto, o subgênero slasher é caracterizado por sua simplicidade aparente, onde assassinos perseguem suas vítimas de forma brutal, o que pode ser visto como uma forma de arte criativa, como ilustrado pelo famoso livro do Chucky. O diretor Chris Nash explora essa complexidade criativa em "In A Violent Nature", oferecendo uma perspectiva distinta ao colocar o assassino como protagonista. Tradicionalmente, filmes slasher seguem um padrão bem definido, que foi ironicamente evidenciado em "Pânico 1", transformando-o em um clássico do gênero. Esse formato clássico é visto em produções dos anos 80, como "Chamas da Morte", e em jogos contemporâneos como "Homebody" e "The Texas Chainsaw Massacre". "In A Violent Nature" subverte essa fórmula ao contar a história do ponto de vista do assassino, ao invés das vítimas. Essa mudança de perspectiva proporciona uma nova camada de profundidade e complexidade ao gênero, destacando a habilidade narrativa e a inovação de Nash. Ao focar em um vilão silencioso, o filme oferece uma experiência única e envolvente, que promete deixar uma marca significativa no gênero slasher. Confira essa abordagem inovadora no filme "In A Violent Nature", que certamente adiciona uma nova dimensão ao terror clássico.
- 5 Filmes de Terror que Precisam de um Prequel
Já se perguntou sobre as origens dos seus pesadelos cinematográficos favoritos? Aqui está uma lista de 5 filmes de terror que não apenas merecem um prequel, mas praticamente exigem um para preencher as lacunas em suas histórias. M3GAN (2022) Antes de se tornar a sensação dançante de nossos pesadelos, M3GAN era apenas um conceito na mente de sua criadora, Gemma. Um prequel mergulharia nas noites insones e nos protótipos fracassados que precederam o produto final aterrorizante. Imagine testemunhar o primeiro acesso de raiva de um protótipo de robô e as melhorias incrementais que levaram à perfeição de M3GAN. Hellraiser (1987) Pinhead, o icônico líder dos Cenobitas, nem sempre teve sua aparência assustadora. O que começou como talvez um projeto de moda mal orientado, transformou-se em uma figura lendária do terror. Um prequel poderia explorar os primeiros dias de Pinhead no submundo, suas tentativas de se encaixar e a decisão de transformar sua cabeça em um alfineteiro, estabelecendo uma tendência bizarra entre os Cenobitas. Psicose (1960) Embora 'Bates Motel' tenha abordado a infância problemática de Norman Bates, ainda há espaço para explorar mais. Entre a morte de sua mãe e a infame cena do chuveiro, Norman tentou, muitas vezes tragicamente, levar uma vida normal. Um prequel poderia focar nas suas tentativas hilárias e condenadas de se encaixar na sociedade, complicando ainda mais seu perfil psicológico. The Evil Dead (1981) Muito antes do pesadelo de Ash na cabana, havia um clube do livro que deu errado. O prequel traçaria as origens do Livro dos Mortos, seguindo um grupo de antigos estudiosos que, sem querer, liberam o caos. Seus erros cômicos com o livro forneceriam uma mistura perfeita de horror e humor ao invocar espíritos inadvertidamente. Pânico (1996) O filme slasher que revitalizou o gênero com seu comentário meta tem suas raízes na história de Maureen Prescott. O prequel ofereceria uma visão sombria e humorística da vida cheia de escândalos de Maureen, configurando a cadeia de eventos que levaria aos assassinatos de Ghostface. Esses filmes não apenas se destacaram no gênero de terror, mas também deixaram o público curioso sobre as origens de seus terrores. Está na hora de explorar essas histórias não contadas e aprofundar o universo assustador que tanto amamos. Gostou dessa lista? Continue acompanhando nosso blog para mais artigos sobre o universo do terror e fique por dentro de todas as novidades do gênero!
- John Carpenter Retorna com Série de Terror: Prepare-se para "Suburban Screams"
Os fãs de John Carpenter têm uma razão para comemorar, pois o mestre do terror está de volta com uma série que promete momentos marcantes. Após um tempo de espera ansioso por um novo projeto dirigido por Carpenter, finalmente chegou a hora de mergulhar em seu mais recente trabalho. A série intitulada "Suburban Screams" ou traduzindo "Os Gritos Suburbanos" está prestes a fazer sua estreia no Peacock, e os amantes do gênero podem esperar por uma experiência de terror diferenciada. A série, que combina o horror da vida real com a visão cinematográfica única de Carpenter, promete deixar os espectadores de cabelo em pé e fazer com que nunca mais olhem para seus vizinhos da mesma maneira. A estreia está marcada para sexta-feira, 13 de outubro. "Suburban Screams" explora o terror e o suspense angustiante enfrentados por sobreviventes de crimes reais, destacando a dolorosa verdade de que esses crimes ocorreram nos lugares que deveriam ser os mais seguros. O próprio John Carpenter compartilhou sua filosofia por trás da série, dizendo: "Eu sempre digo: ‘Nada que criamos é tão assustador quanto a realidade’. A série mostra que sua ‘zona segura’ nunca é verdadeiramente segura." Essa premissa promete uma experiência única, que combina o suspense doloroso e a linguagem visual dos filmes de terror com as técnicas dos documentários. A série, composta por seis episódios, é produzida por ninguém menos que o mestre do terror responsável por obras icônicas como "Halloween", "The Fog" e "The Thing". Carpenter também dirige um dos episódios, garantindo que seu toque sinistro esteja presente. "Suburban Screams" é uma colaboração entre a Storm King Productions e a DIGA Studios. A série se propõe a explorar não apenas o terror dos crimes em si, mas também os destroços deixados para trás, muitas vezes contados sob a perspectiva dos vilões. O objetivo é que os espectadores saiam da série não apenas assustados, mas também com uma profunda simpatia pelas vítimas e sobreviventes. Essa é uma mistura intrigante de realidade e programação com roteiro, que promete cativar o público ao capturar histórias reais através dos olhos daqueles que viveram essas experiências aterrorizantes. Prepare-se para mergulhar no universo sombrio de "Suburban Screams". No entanto, vale destacar que, até o momento, a série ainda não tem um canal ou data confirmada para sua estreia no Brasil. Enquanto aguardamos mais informações, não deixe de conferir o trailer abaixo para um gostinho do que está por vir. Continue acompanhando o blog da Horror Shop para mais atualizações.
- Tony Todd Retorna em 'Premonição 6': Boas Notícias para os Fãs de Terror!
Hoje trazemos uma notícia empolgante para os fãs de terror: Tony Todd está confirmado para retornar em 'Premonição 6'. Tony Todd, conhecido por interpretar o misterioso personagem Funerário na franquia, está pronto para trazer de volta sua aura sombria para as telas. Para aqueles que acompanham a saga 'Premonição', sabem que o personagem de Tony Todd, o Funerário, é uma figura enigmática que parece personificar a própria morte. Suas aparições ao longo dos filmes adicionaram uma camada extra de mistério e horror à narrativa. Embora ainda não tenhamos todos os detalhes sobre como o Funerário será reintroduzido na franquia, a notícia de seu retorno já está gerando grande expectativa entre os fãs. Jefferey Riddick e Jon Watts estão a bordo como produtor e escritor, o que promete uma abordagem única para o sexto filme da série. Jefferey Riddick, um dos criadores originais de 'Premonição', compartilhou algumas informações intrigantes sobre o que os fãs podem esperar: "Normalmente, em cada filme, há uma nova camada que pode salvar vidas. Este filme explora isso de uma forma única, atacando de ângulos diferentes. Não é apenas uma reviravolta típica, mas uma expansão do universo e do mundo de 'Premonição'. Isso vai deixar os fãs interessados e intrigados." O retorno de Tony Todd como o Funerário é uma notícia incrível que certamente atrairá fãs de terror em massa. A franquia 'Premonição' sempre foi conhecida por sua criatividade em explorar os limites do suspense e do terror, e com o Funerário de volta à cena, podemos esperar momentos de arrepiar. Continue acompanhando o blog da Horror Shop para mais atualizações sobre 'Premonição 6' e outras notícias do mundo do horror.